Em tempos de COVID19, é muito angustiante ser da classe média de Helsinki enquanto minha família é da classe trabalhadora em Magé. O vírus é o mesmo, mas são mundos muito diferentes.
Escrevivência
Transformações
Pra quê fazer ciências sociais quando nosso mundo cada vez mais desigual parece estar também ficando cada vez mais esquisito? Um questionamento para definir propósitos e manter a esperança.
Depois da Carta ao Lázaro Ramos
Semana passada, eu escrevi uma carta para Lázaro Ramos. Na carta, eu descrevi o que seu livro, Na Minha Pele, tinha significado para mim. Horas depois, Lázaro leu e, emocionado, compartilhou a carta com seus milhares de seguidores no Facebook e Twitter. Daquele dia pra cá, esse papo com o Lazinho rendeu conversas e experiências extraordinárias. Deixa eu contar mais ou menos o que aconteceu.
A força silenciadora da branquitude
Este texto foi uma reflexão originalmente publicada no site da rede anti-racista Raster (Finlândia) sobre minha experiência angustiante como único negro num evento anti-racista na Suécia. Depois que escrevi o texto, descobri a fala da admirável filósofa Djamila Ribeiro (Tedx São Paulo) sobre a necessidade de romper com silêncios em lutas anti-racistas. Meu texto, então, é um complemento à esse debate.
Posso falar? Quem mora no exterior não é menos brasileiro
Por que muitas(os) brasileiras(os) se incomodam tanto quando outra(o) brasileira(o) dá uma opinião sobre alguma coisa política do Brasil?
Em Magé o medo é o espírito da Copa
O espírito da Copa do Mundo me bateu dois dias atrás em mensagens e telefonemas enquanto eu vinha no ônibus de Niterói pra casa. Amigos e parentes perguntavam onde eu estava com muita preocupação. Depois eles me pediram pra ter cuidado: a chapa estava quente em Magé. A pacificação na cidade do Rio tem significado o fim da paz pra nós em Magé.
Porque #somostodosmacacos é ignorante, insensível e idiota
Daniel Alves comeu a banana que uma pessoa jogou no campo e me fez sorrir. Mas a campanha #somostodosmacacos que veio depois me irritou muito. Quem compartilha essa frase provavelmente nunca sofreu com o preconceito que o termo “macaco” carrega.